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Liberdade - Igualdade - Fraternidade

Quando John Locke (1632-1704), um dos precursores do pensamento iluminista, discorreu sobre os direitos naturais, ele entendeu que todo homem nascia como uma tábula rasa e adquiria experiências no decorrer da vida, numa era em que a Igreja legitimava os nobres de “sangue azul” que nasciam predestinados. Ou seja, John Locke traz a ideia de que todos os seres humanos nascem iguais. Evidencia-se nesse momento, o princípio da *Igualdade*. Era uma lógica que culminaria em mudanças políticas e sociais, inferindo na sociedade daquela época um novo jeito de olhar para o ser humano.    

Neste movimento do Iluminismo contra a concentração de poderes num único governante, entendeu-se que não seria negada a existência de Deus, mas o ser humano não precisava da religião para produzir conhecimento. Ele poderia fazê-lo a partir do uso de um pensamento de raiz, radical, razão e como todos são dotados de razão, todos têm *liberdade* para produzir conhecimento.

Um outro pensador iluminista, Montesquieu (1689 a 1755), com seu pensamento de causalidades, vai discorrer sobre os três poderes 🔺 no livro “O Espírito das leis”, seguido de Voltaire (1694 a 1778), que discorrerá sobre a tolerância como o ponto de equilíbrio: *a fraternidade*.        

                                                                                            

Importante notar que todas essas teorias eram válidas apenas para os HOMENS brancos, livres, da aristocracia inglesa. Assim também se compunha a maçonaria da época. Muitos homens que hoje são maçons, jamais teriam essa condição naquela época. No entanto, essas ideias foram se expandindo na sociedade, ganhando força entre as cabeças pensantes, culminando nas Revoluções Inglesas e deu origem à primeira carta de Direitos civis em 1689, pautada na concepção de direitos naturais e que figura até hoje, no artigo 5º de nossa Constituição. E mais adiante, também vai resultar na Revolução Francesa e até na Independência do Brasil.  Nasce, portanto, um pacto civilizatório de uma sociedade de Direitos. É por isso que até hoje, os maçons vão para suas Lojas glorificar o Direito, ou seja, a sociedade pautada em leis construídas pela soberania do povo.

O Iluminismo garantiu que o letramento, a educação formal, o acesso ao conhecimento pudessem chegar aos homens de origem NÃO nobre, a partir dos Direitos Humanos (e não masculinos), homens de outras profissões (não aristocratas) passaram a compor a maçonaria, mulheres conquistaram o direito de cidadã. Até então, a mulher levava o sobrenome do marido porque era considerada propriedade do marido, como coisa, como escravo. O feminismo é um movimento que busca igualdade de direitos, pacificamente. É diferente do FEMISMO que presume a superioridade da mulher, assim como o MACHISMO presume a superioridade do homem.

As sociedades são dinâmicas e para muitos de nós é difícil acompanhar as mudanças que gritam ao nosso redor. Mas eu os convido a fazer parte desta ousadia. Diferente do que muitos pensam, não buscamos o reconhecimento das ordens masculinas, mas estamos em tratativas com as Grandes Lojas Femininas já estabelecidas. Em nossa Ordem, trabalhamos intensa e ostensivamente a fraternidade entre as mulheres, contra a pecha de que somos inimigas umas das outras. Um de nossos lemas é "Formar mulheres de valor para o mundo". Não somos concorrentes dos homens, somos complementares, somos congruentes. Os homens que ousam apoiar as mulheres maçons, certamente estão colaborando na construção de uma sociedade mais justa.

Carmen Valle M∴I∴

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